quarta-feira, 6 de julho de 2011

"Defying Gravity" - The Wicked (Musical)


"Something has changed within me.
(Alguma coisa mudou dentro de mim.)
Something is not the same,
(Alguma coisa não é mais a mesma)
I'm through with playing by the rules of
someone else's game.
(Estou cansado de jogar pelas regras
Do jogo de outra pessoa)


Too late for second guessing
(Muito tarde para uma segunda suposição)
Too late to go back to sleep
(Muito tarde para voltar a dormir)
It's time to trust my instincts
(É hora de confiar em meus instintos)
Close my eyes and leap
(Fechar os olhos e pular)

It's time to try Defying Gravity
(É hora de tentar Desafiar a Gravidade)
I think I'll try Defying Gravity
(Acho que vou tentar Desafiar a Gravidade)
Kiss me goodbye I'm Defying Gravity
(Dê-me um beijo de adeus, estou Desafiando a Gravidade)
And you won't bring me down
(E você não me derrubará)

I'm through accepting limits
(Estou cansado de aceitar meus limites)
Cause someone says they're so
(Por que alguém diz que eles são assim)
Somethings I cannot change but 'till
(Alguma coisa que eu não posso mudar)
I Try I'll never know
(Mas antes de tentar eu nunca saberei)

Too long I've been afraid of losing
(Muito tempo com medo de perder)
Love I guess I've lost
(Amor, acho que perdi)
Well if that's love it comes at
(Bem, se for amor, terá)
Much too high a cost
(Um preço mais alto)

I'd sooner by Defying Gravity
(Eu gostaria logo de Desafiar a Gravidade)
Kiss me goodbye I'm Defying Gravity
(Dê-me um beijo de adeus, estou Desafiando a Gravidade)
I think I'll try Defying Gravity
(Acho que vou tentar Desafiar a Gravidade)
And you won't bring me down
(E você não me derrubará)

Tem sempre um tempo em nossas vidas em que precisamos Desafiar a Gravidade. Eu demorei muito para fazê-lo. Mas graças a certas pessoas, eu criei coragem para me jogar de cabeça no que eu sempre quis prá minha vida: Me tornar professora!
Obrigada a todos!!
A Música apresentada, é uma das principais do musical "The Wicked", que conta a estória dos personagens fantásticos da Terra de Oz, antes da chegada de Dorothy, inclusive das bruxas, do Mago e daqueles, que mais tarde, vem a acompanhar a "Menina-do-Sapatinho-Vermelho".

domingo, 20 de fevereiro de 2011

"Amadurecência" - Fernando Anitelli


“A poesia prevalece!!!
O primeiro senso é a fuga.
Bom...
Na verdade é o medo.
Daí então a fuga.
Evoca-se na sombra uma inquietude
uma alteridade disfarçada...
Inquilina de todos nossos riscos...
A juventude plena e sem planos... se esvai
O parto ocorre. Parto-me.
Aborto certas convicções.
Abordo demônios e manias
Flagelo-me
Exponho cicatrizes
E acordo os meus, com muito mais cuidado.
Muito mais atenção!
E a tensão que parecia nunca não passar,
“O ser vil que passou para servir...
Para discernir...”
Para harmonizar o tom.
Movimento, som
Toda terra que devo doar!
Todo voto que devo parir
Não dever ao devir
Não deixar escoar a dor!
Nunca deixar de ouvir...
com outros olhos!”

No fim do ano de 2010, Amãnda e eu vivenciamos essa poesia. Medo, (quase) fuga, inquietação e tudo o que vemos aí. A sensação de sufoco, de angústia, de prisão... Mas passou. Passou e aprendemos. Não tudo, mas muito...

"Porta Estandarte" - Geraldo Vandré


“Olha que a vida tão linda se perde em tristezas assim
Desce o teu rancho cantando essa tua esperança sem fim
Deixa que a tua certeza se faça do povo a canção
Pra que teu povo cantando teu canto ele não seja em vão

Eu vou levando a minha vida enfim
Cantando e canto sim
E não cantava se não fosse assim
Levando pra quem me ouvir
Certezas e esperanças pra trocar
Por dores e tristezas que bem sei
Um dia ainda vão findar
Um dia que vem vindo
E que eu vivo pra cantar
Na avenida girando, estandarte na mão pra anunciar.”

Houve uma época da minha vida em que eu sofri de uma tristeza terrivelmente corrosiva. Sozinha em casa, eu precisava ouvir algo por que o silêncio estava a me sufocar. Optei por Geraldo Vandré. Na ordem do CD, "Porta Estandarte" é a sexta música. Quando os tambores começaram anunciar o samba de avenida, eu decidi prestar atenção na música e me deparei com um conselho que eu segui e sigo ainda.

"A Rosa de Hiroshima" - Vinícius de Moraes


Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada

Essa poesia até hoje água os olhos daqueles que conhecem o trágico destino que as vítimas das bombas atômicas encontraram.
Na brilhante interpretação como música por Ney Matogrosso traz à tona todo o sofrimento e o pesar da análise dessa catástrofe inumana que a Terra presenciou.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

"As Sem-Razões do Amor" - Carlos Drummond de


"Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
E nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
E com amor não se paga.
Amor é dado de graça
É semeado no vento,
Na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
E a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
Bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
Não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
Feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
E da morte vencedor,
Por mais que o matem (e matam)
A cada instante de amor."

Quando se ama, não é necessário um motivo ou explicação.
Não é racional. É só... AMOR...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

"Retrato" - Cecília Meireles


"Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?"


Nem sei o que comentar aqui: o poema fala por si só...

"O Verão de 92" - Luís Fernando Veríssimo


"Nas férias eu fui quase todos os dias à praia. Apesar dos protestos de mamãe. Mamãe não gosta de praia desde que um parente dela foi dar um mergulho e se dissolveu na água.
Meu pai diz que é bobagem, que é só a gente prestar atenção nas bandeiras. Bandeira branca é quando o mar está cheio de detergente. Não há perigo. É só a gente não chegar muito perto da espuma superativada.
No ano passado o meu irmão menor, o Tuca, brincou muito com a espuma e está até hoje com uma estranha luminosidade.
Dentro de casa não dá para ver bem mas, quando a gente faz o teste da janela com o Tuca, ele brilha.
Mamãe sempre grita para a gente ter cuidado para não largar o Tuca da janela do apartamento, mas ele gosta.
Bandeira amarela é arsênico. Dizem que também não tem muito perigo, contanto que a gente não abra a boca nem os olhos embaixo da água.
Mas no último campeonato de surf que fizeram no Arpoador com bandeira amarela, quando os competidores ficavam de pé na prancha não tinham mais calção e quando chegavam na praia não tinham mais a prancha.
E a parafina do cabelo ficava verde e o cabelo começava a cair. O que dava de gatão escaldado!
Bandeira vermelha é mercúrio. Também não é perigoso, mas a pessoa deve ficar em observação durante 24 horas depois de sair da água. Se as unhas começarem a encolher, deve-se chamar um médico.
Bandeira preta é óleo na água. Isto é o mais comum. É chato porque suja, mas também não tem muito perigo.
Até hoje só houve três ou quatro casos de pessoas que ficaram tomando muito sol depois de um mergulho no mar cheio de óleo e se incendiaram.
Bandeira preta esfarrapada com caveira é ácido. Isto sim é perigoso. Nesse a onda é que fura você. Neste verão eu inventei de testar a água num dia de bandeira preta e é por isso que estou com o pé enfaixado. Sinto uma falta do dedão...
Mas a praia continua uma beleza, depois que a gente se acostuma com o cheiro de amoníaco e peixe morto. Mesmo quando não dá para entrar na água e sair inteiro há muita coisa para fazer.
Castelo de farelo de carcaça, por exemplo. Ou escalar cadáver de baleia. Em alguns trechos a gente enxerga areia por baixo das camadas de marisco podre.
Papai diz que antigamente a praia era só areia, mas não dá para confiar muito nele. Ele também diz que o mar era verde e que peixe se comia.
Joguei muito futebol na praia antes de perder o dedão. Era difícil formar os times porque ninguém queria jogar na ponta e pegar um respingo do mar no olho e ficar cego.
O chão de osso de peixe rala o joelho da gente e, quando a bola cai na água, explode. Mas foi ótimo.
Apesar de tudo, ainda tem gente que nada até além da rebentação. É muito arriscado. O perigo não é o afogamento, é respirar o vapor que sobe da água.
Banhista não entra mais no mar para salvar ninguém. Salva por megafone. Fica gritando "Vem! Vem!" e, quando o afogado chega na praia e o banhista vai fazer respiração artificial, não junta mais gente como antigamente. Agora todo mundo sai de perto porque pode esguichar.
Todo dia tem novidade na praia. Nossa turma ficava torcendo que aparecesse menininha com maiô de crochê, que não precisava nem entrar na água, se desmanchava com a brisa do mar.
Teve um dia que uma fileira de caranguejos saiu de dentro da água, andando de lado e meio cambaleando. Dizem que o da frente trazia uma bandeira branca, mas isto deve ser invenção.
O cheiro do mar era tão forte que um dia abateu um daqueles aviões que passam com faixa de propaganda. O piloto saltou de pára-quedas sobre a água, mas o pára-quedas, em vez de descer, subiu.
Um dia foi uma grande sensação. Apareceu uma gaivota. Todo mundo correu para ver. Eu só conhecia gaivota de ouvir papai falar. A gaivota rodou, rodou e, de repente, mergulhou na água.
Quando apareceu outra vez tinha um peixe preso no bico. Mas logo cuspiu o peixe fora e disse - deu para ouvir direitinho, da praia - "pshaft!" Depois voou para longe. Todo mundo riu. Mas não muito."

Quando eu era criança, minha irmã tinha um livro de português do autor Douglas Tufano que trazia a análise dessa crônica exageradamente hilária. Na época, eu não sabia ler, mas adorava quando ela lia para mim principalmente a parte "sinto uma falta do dedão...". Mas quando eu cresci, e soube que esse texto foi escrito em 1978, percebi que se não tomarmos providências, isso REALMENTE vai acontecer...